sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Actualidade

25 de Abril

Ditadura

1.ª República

Inauguração do novo Centro Escolar de Ribeira de Pena sob o signo do Centenário da República





A Câmara Municipal e o Agrupamento de Escolas de Ribeira de Pena inauguraram o novo Centro Escolar centrado no tema das comemorações do Centenário da República.
Os alunos do 1.º ciclo apresentaram, ao estilo do “Conta-me como foi…”, quatro salas representativas da escola na 1.ª República, na Ditadura, no 25 de Abril e na actualidade. A decoração das salas, os trajes e os métodos educativos foram seguidos ao pormenor, completando uma retrospectiva histórica e cultural expressivas da época e inseridas no contexto da contemporaneidade.
Segundo fonte da autarquia, “Este novo equipamento vai responder às novas exigências de qualidade do ensino e representa uma oportunidade de acesso a um espaço de dimensão e recursos adequados ao sucesso educativo. O conforto, a comodidade, o recurso a energias limpas e sustentáveis e a funcionalidade do próprio Centro sobressaem deste empreendimento cujos destinatários principais são os alunos.”

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Vila Verde da Raia 1912 - Hastear da bandeira republicana pelo efectivo da Guarda Fiscal


Vila Verde da Raia, 8 de Julho de 1912

A bandeira republicana a ser novamente hasteada no posto aduaneiro de Vila Verde da Raia, cuja guarnição da Guarda Fiscal havia debandado perante a aproximação de uma coluna monárquica.
O grosso das forças monárquicas era constituído pela coluna de Paiva Couceiro (1861-1944), que tinha bivacado a 7 de Julho na região de Soutelinho da Raia, de onde avançou para o espaldão da Carreira de Tiro.
Existia contudo uma outra coluna, a do capitão Mário de Sousa Dias (datas desconhecidas), que bivacara no mesmo dia junto a Feces de Abajo e entrou por Vila Verde da Raia e Outeiro Seco, em direcção a Chaves.
Pelas 16H00 já os elementos sobreviventes da coluna de Paiva Couceiro se haviam refugiado no pinhal da Cocanha, na margem direita do Tâmega, para proteger a retirada.
Note-se a projecção das sombras, que indicia ter este hasteamento ocorrido ao início da tarde.

in
http://chavesantiga.blogs.sapo.pt/2007/07/08/

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Arquivo de José Relvas sobre período que antecedeu a revolução republicana vai ser digitalizado


São doze os volumes que reúnem os recortes de jornais e revistas meticulosamente organizados pelo homem que proclamou a República em 5 de Outubro de 1910, José Relvas, e que retratam o período que antecedeu a queda da monarquia.
Os volumes, intitulados “Questões Políticas e Económicas”, guardados na biblioteca da Casa dos Patudos, que Relvas mandou construir no início do século XX em Alpiarça, vão ser digitalizados com o apoio da Comissão Nacional para as Comemorações do Centenário da República (CNCCR), com o objectivo de serem disponibilizados online.

“É um investimento importante porque são elementos frágeis que correm muitos riscos. Ainda bem que é possível salvaguardar e sobretudo divulgar o que está aqui de boa informação sobre aquele período histórico”, disse João Bonifácio Serra, historiador e coordenador da Casa Museu dos Patudos.

José Relvas “era um homem extremamente cuidadoso, seleccionava documentos que guardou” permitindo agora reconstituir aquela época, disse o também professor da Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha (Instituto Politécnico de Leiria) e membro do Instituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (Universidade Nova de Lisboa).

Os doze volumes guardam recortes de jornais e revistas publicados entre 1906 e 1909, terminando em Abril desse ano, quando Relvas foi eleito para o directório do Partido Republicano.

Os documentos reunidos nesta colecção por José Relvas ilustram a visão sobre a situação política em que se empenhou, em particular a luta dos produtores de vinho ribatejanos contra o decreto do ditador João Franco que protegia os vinhos licorosos do Douro.

O ano mais profusamente documentado, em volumes que Relvas anotava e marcava, é o de 1908, com destaque para o que a imprensa publicou sobre o regicídio.

Mário Pereira, presidente da câmara municipal de Alpiarça, disse que, além da digitalização destes documentos, o apoio dado pela CNCCR (doze mil euros) destina-se ainda à publicação da correspondência política e diplomática trocada entre José Relvas e Augusto de Vasconcelos, que lhe sucedeu como ministro plenipotenciário em Madrid.

Nesse âmbito está ainda programada, em conjunto com a Câmara Municipal de Viseu, a publicação da correspondência trocada com Almeida Moreira, professor e crítico de arte que criou o Museu Grão Vasco naquela cidade, e uma exposição sobre a ligação da família de José Relvas àquela zona da Beira Interior.

Confessando que herdou estas iniciativas da autarquia anterior, Mário Pereira disse que o actual executivo autárquico quer complementar a comemoração do centenário da República no concelho com acções que, por um lado, envolvam a população e, por outro, sirvam para um reconhecimento nacional de José Relvas e da casa e do património que legou ao município.

A Casa dos Patudos encontra-se em obras (o que pode limitar a realização de acções naquele espaço), que visam evitar a degradação de um dos exemplares mais significativos da obra do arquitecto Raul Lino, melhorar o circuito expositivo e criar um Centro de Documentação e Investigação, aproveitando o enorme acervo documental deixado por José Relvas.

sábado, 6 de fevereiro de 2010

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Regicídio - 1 de Fevereiro de 1908


O Regicídio de 1 de Fevereiro de 1908, ocorrido na Praça do Comércio, na época (mais conhecida por Terreiro do Paço), em Lisboa, marcou profundamente a História de Portugal, uma vez que dele resultou a morte do Rei D. Carlos e do seu filho e herdeiro, o Príncipe Real D. Luís Filipe e uma nova escalada de violência na vida pública do País.
Em retrospectiva, o regicídio é geralmente considerado como o fim efectivo do regime monárquico constitucional, sendo o golpe de 5 de Outubro de 1910 apenas a sua confirmação. Esta visão é exagerada, e possivelmente foi alimentada pelos longos anos do Estado Novo, que era adverso ao parlamentarismo (monárquico ou republicano), que era taxado como decadente e ineficaz. Embora o acto do Regicídio tenha removido de cena um estadista de importância que estava em posição de encorajar o revitalizar do regime, e com ele o seu promissor sucessor, a questão não ficou de imediato resolvida. O regime monárquico constitucional continuou a funcionar por mais 33 meses, sofrendo de agitações e carecendo de reforma, é certo, mas não mais do que anteriormente, e decerto num grau de agitação muito menor do que a própria Primeira Republica viria a conhecer. É inegável, no entanto, que a fraca e permissiva atitude do governo de acalmação funcionou como um forte incentivo para o Partido Republicano no sentido de tentar outro golpe pela força. Ainda assim, mais do que decidir, o regicídio adiou a questão para uma nova oportunidade. Esta viria com certeza para o regime, no rescaldo de uma nova intentona republicana falhada, mas como se viu, o golpe seguinte acabou por ser vitorioso, se bem que à justa. A visão do determinismo do crime, tal como a da inevitabilidade do golpe, pode ser produto da costumeira propaganda retroactiva com que os novos regimes, sobretudo os que se impõem pela força, usam para justificar a sua existência: os vencedores escrevem a História.
Pode-se considerar portanto o regicídio de duas maneiras: ou um acontecimento natural no percurso decadente do regime monárquico, que acabaria por cair de qualquer maneira, tendo o atentado apenas apressado a sua conclusão, ou como o ponto de viragem que impediu a reforma e sobrevivência desse regime. Neste último caso, então o atentado foi, para o Partido Republicano embora este não tenha sido por ele directamente responsável, um passo decisivo. Pode ter sido eficaz, mas ensanguentou a futura vida da República, produziu novos magnicídios, e em última análise abriu a caixa de Pandora da violência como arma política que viria a minar e a condenar o novo regime.